quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Jornada de Janeiro - Superavit em Cascata com Gabriel Alves


Uns Ex-Cavaleiros com pernas para andar, mas nem sempre para correr.

Saudações a todos os entusiastas do quiz, uma modalidade sobre a qual só mais recentemente lancei o meu olhar, mas com a qual partilho um entusiasmo semelhante ao que se vive na sala de jogo sempre que o nome de Carlos Manuel aparece na área. Carlos Manuel, ícone do futebol imprevisível, de pé canhão mágico e bigode que tanta falta faz ao futebol nacional, agora já nas malhas do hipsterismo capilar.

Mas adiante, que não pretendo perder o meu fôlego tal como a selecção de Cabo Verde perdeu (dizem-me ser um colectivo de ilhas com bastante dinâmica na sala) nos últimos minutos do seu confronto no CAN face a Marrocos, cedendo o empate face às cores magrebinas.

No Superavit em Cascata pretendo avançar com 5 pontos chave para o rescaldo de cada jornada, mostrando que a força da técnica nem sempre iguala a técnica da força e vice-versa. Mais do que factos e quezílias, interessa-me aquilo que faz do quiz uma força da natureza em tons de arte plástica.



Em Janeiro foi assim:

1º Ex-Cavaleiros e Johnny ex-Bigodes, a vantagem de chutar um quiz com o pé que tinham mais à mão
Podemos entrar na discussão técnico-táctica, mas a verdade é que este campeonato só arranca graças à flexibilidade da equipa liderada pelo mítico João Silva, ainda que desfalcado do seu bigode. Sacar um quiz do bolso em tempo curto só é possível a alguém com a experiência organizativa que o João traz para o seu colectivo e, como é óbvio notou-se que não houve o tempo necessário para nivelações mais certeiras o que, face ao panorama, se torna secundário. Ao mesmo tempo, serve este início meio conturbado por parte de quem era suposto ter organizado como um aviso para futuros organizadores – Não é boa ideia deixar tudo para a última hora, seja qual for o cenário.

2º O Quiz e a mística da imprevisibilidade previsível
Parece que houve uma tentativa de fazer chegar ao quiz um espartilho táctico esta época, para o transformar em algo mais regrado e racional. Não foi bem sucedida e isso espelhou que as equipas em jogo, no meio do caos sun-tzuístico em que se pode tornar qualquer jogo, não estão dispostas a mudar sem um claro valor acrescentado presente. No entanto, também me pareceu claro que a janela Dezembro-Janeiro não é a mais adequada para discutir mudanças e que talvez seja mais sensato fazê-lo ao longo da época.

3º Um segundo nível de rigor germânico, pouco dado a fantasias.
Se o primeiro nível, pautado pela sua acessibilidade, rareando a oportunidade de cascatas, me pareceu adequado num sistema de quiz mais voltado para a descontracção inicial e o terceiro nível raiou a média tradicional de dificuldade (cerca de 50% de perguntas a dar a volta à sala), o segundo nível foi um verdadeiro panzer a triturar directas. Embora só seis perguntas tivessem efectivamente dado a volta à sala, das 60 perguntas directas apenas 8 foram respondidas acertadamente, um score deveras baixo, especialmente tendo em conta o clima suave do primeiro nível. Nota para os dois primeiros da jornada, que dessas 8 directas amealharam 5 para si. Talvez aqui o conjunto ex-cavaleriano pudesse ter afrouxado um pouco a pressão alta, a bem da jogabilidade.

4º Factor Napoleão
Se a memória não falha aos que comigo falaram, foi um dos nomes mais referidos (assim como o número de telefone) na época transacta, em que esteve muito tempo afastado, a fazer scouting no aguerrido campeonato chinês. Valeu a persistência e o regresso de Jorge Napoleão trouxe também ao quiz algum sal que faz falta, mas é bom ver que também traz riscos para o colesterol. Boa estreia do seu colectivo, a prometer dar água pela barba à concorrência em próximas jornadas.

5º O sumo da pergunta ou a pergunta sobre sumo
Não é a mesma coisa e neste quiz, a espaços, e porventura devido à falta de tempo para burilar o esquema final, viu-se que a forma como as perguntas são feitas dá azo a maior ou menor contestação e aos sempre curiosos chicken eyes. A forma como uma pergunta é bem estruturada defende o organizador da ofensiva por vezes carregada de talento etílico de parte da plateia e previne males maiores, tornando ao mesmo tempo o jogo/tema mais interessante. A meu ver, é uma espécie de 3-4-3-3, que usa três defesas extra para colocar a equipa/quiz a proporcionar mais espectáculo.

Em Janeiro foi assim o Superavit em cascata, em Fevereiro poderá ser assado. E como aqui há sempre espaço para mais um superavit e mais uma bifana, estejam à vontade.

Gabriel Alves.

3 comentários:

  1. Muito bem visto Gabriel Costa. Foi um quiz feito com o pé mais à mão, mas abnegado, suado e principalmente feito!
    O meu maior desejo para todos nós é que fosse o pior deste novo ano.

    Johnny ex-Bigodes

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  2. caos sun-tzuístico é lindo!

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  3. O problema é que não foi o rapidíssimo Lentini a conduzir o quiz! No final, o balanço não foi bom nem mau, antes pelo contrário. Nas próximas jornadas, quando os Ex-Cavaleiros passarem de uma função emissora para uma função receptora, serão uma equipa a ter em conta, particularmente se a humidade relativa da sala for muito superior a 100%. É que, desde que o jogo começa, há sempre a possibilidade de acontecer um golo. Bem-hajam!

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