quinta-feira, 31 de março de 2011

Crónica da Jornada do mês de Março

Havia alguma expectativa em relação à organização deste ano da Unidade101, já que o ano passado a sua estreia não tinha sido brilhante. Entre Sun Tzus, toques militares e mais alguns aspectos, o mítico granel ganhou asas e, quando assim é, desconta-se o que faz sentido e o que não tem sentido algum. Para esta época esperava-se portanto um jogo mais condizente com os resultados da equipa.



Uma parte escrita às pingas



Não houve muito a dizer sobre a parte escrita, ainda que talvez estivesse um pouco mais puxada do que necessário, como se comprova o facto de haverem apenas duas equipas com seis pontos e uma com cinco e o resto tudo abaixo. Isso também tem a ver porventura com o critério 1 resposta = 1 ponto que tanta vezes é desprezado em favor do x respostas certas = 1 ou 0,5 pontos e afins. Toque interessante o da prova de vinhos, embora me pareça que estamos um pouco distantes da audiência enófila, não tanto do ponto de vista do volume de consumo, mas mais da identificação de proveniência do mesmo.

No entanto, ainda que com escassa pontuação, mantinha-se um certo equilíbrio, com quatro pontos a separar o primeiro do último, Lais e BMV c/Laranja na liderança, seguidos por Espertalhos e um extenso pelotão.



Um primeiro nível de questões soft(ware) mais séries




Apostando novamente em cascatas temáticas, incluindo o regresso do carismático Sun Tzu, as coisas começaram por correr mal aos organizadores por algo que não teve propriamente que ver com a qualidade do jogo. O programa para correr o jogo via portátil não funcionou como era suposto e o que se previa ser um upgrade acabou por colocar alguns entraves e gerar alguns atrasos.
Mas, comecemos pelo que de bom houve logo a abrir – o jogo foi claramente melhor do que o do ano passado desde o início. Traço geral o primeiro nível foi acessível, notou-se que a coisa foi pensada dessa maneira e o audio das séries funcionou bem, não me chocando que fossem na sua maior parte “fáceis”, já que é um pormenor que acrescenta gozo ao jogo, num nível em que as coisas ainda podem ser mais light.

No entanto, há também da minha parte alguns aspectos menos bons a referir. Apesar da parte informática estar a funcionar a meio gás, não me parece grande ideia ter as respostas projectadas no ecrã. Talvez possa fazer sentido do ponto de vista prático, mas o que acontece é que por clique indevido, por antecipação de uma cascata ou por salto do tema, nos arriscamos a ter a resposta projectada antes de tempo, mesmo que só uma ou duas equipas tenham tempo de a verificar.

Do granel que foi havendo, creio que o mesmo foi surgindo mais por alguma ineficiência/inexperiência na condução do jogo e pelo facto da estruturação de algumas perguntas (um facto verificado ao longo dos níveis) pedir uma resposta argumentativa, o que é sempre de evitar face a uma resposta directa e concisa.

Face ao desenrolar do jogo, com equilíbrio e muita directa acertada, algumas equipas perderam o comboio para o segundo nível mais rapidamente, como foi o caso dos NNAPED, Duracell e Frikadellos, ao passo que Golfinhos e Universus viam cerradas as portas a menos de uma directa de distância. Nota ainda para o acentuar do mau início de prova dos actuais campeões Zbroing, que saem no primeiro nível e, com a sua organização já em Abril, vêem os líderes da classifcação cada vez mais longe.
Na frente, Espertalhos apanhavam balanço para sairem na liderança, com Mamedes e Ursinho em boa posição para início de segundo nível.


Sai um Leningrado sem filtro, se faz favor



No segundo nível, mantendo-se os temas abrangentes que encabeçavam cada pergunta, a dificuldade aumentou mas, a nível global, a coisa manteve-se dentro de parâmetros aceitáveis (13 perguntas a dar a volta à sala, em 60 possíveis). O esforço pela diversidade temática, em certos aspectos era visível, mas noutros como é o caso da Batalha de Estalinegrado, ia um bocado às malvas. Aceito a questão do foco temático, segundo o critério do organizador, por exemplo na 2ª Guerra Mundial, mas insistir numa batalha (ainda que espalhada por níveis) acaba porventura por ser mais um bater do pé com base numa preferência/gosto pessoal do que propriamente uma mais valia para o jogo. Da mesma forma que já vimos que há quem privilegie o cinema, oito ou dez perguntas sobre um filme, mesmo que sobejamente conhecido, iriam dar o mesmo caminho ou até ao tão falado destino de férias Cabo Verde.
No entanto, diga-se também que nunca foi daqueles jogos em que o interesse da sala vai esmorecendo ao longo do segundo nível, antes pelo contrário, algo que pode ter sido ajudado pelo facto da condução e a estruturação das perguntas continuarem um bocado oscilantes a ponto de algumas equipas estarem mais interessados em arrancar um host eye do que um chicken eye, em casos como o de William Boney ou, salvo erro, do acetato de celulose.

A par deste regabofe, quem meteu o turbo foram os Mamedes que, com cinco directas, assumiam a liderança e entravam para a volta final com cinco pontos de avanço sobre um trio composto por Ursinhos, Lais e Espertalhos. A fechar o lote de finalistas, Feios, Porcos e Maus e uns Folie em crescendo, a baterem ao sprint os Fónix, que se viram afastados do terceiro nível pela primeira vez esta época.

Do lado de fora ficaram BMV c/Laranja, em noite não depois de uma jornada de Fevereiro em alta, Outsiders e Ex-Cavaleiros, a quem saiu a fava em termos de directas, pois viram 50% das suas a dar a volta à sala.


Para encerrar, Napoleão em lume brandy




O terceiro nível foi porventura o mais descontraído, com uma redução de granel e Jorge Napoleão na condução, apesar da tradicional manutenção de escaramuças ocasionais. O nível foi bastante mais jogável do que habitualmente é, com apenas 7 perguntas a não obterem qualquer resposta, com uma penalização acentuada para os Folie, que viram 3 das suas directas a bater na trave. Se por um lado, a jogabilidade é de louvar, por outro tem que ser bem cuidada, já que a distribuição temática pode penalizar as equipas que levam com as perguntas mais inacessíveis, num nível em que há pouca margem para recuperar.

Em termos de vitória, rapidamente a coisa ficou encaminhada para o pleno mamedino desta época, mas a luta pelo pódio manteve-se até ao fim, com os Lais numa jornada em grande nível a baterem os Ursinho por um pelo da barba de Estaline, ao passo que os Espertalhos tiveram que se contentar com o quarto lugar. Feios, Porcos e Maus, em quinto e a manterem a regularidade de exibições em início de época e os Folie a apreciar a presença na final, o que é sempre bom para a moral.

Em jeito de conclusão, não foi um mau quiz aquele a que assistimos por parte da Unidade101, superando em larga margem o da época passada e outras organizações, até já desta época. As falhas que fui apontando ao longo da crónica em nada tiram o mérito de se verificar um progresso e a jornada ter sido “mexida”, em termos de emoção e entretenimento. Mas, tal também não apaga as ilações que se podem tirar dos erros e das partes menos conseguidas, quer para eles, quer para organizações futuras.

A condução do jogo continua a ser um aspecto muito importante. É porreiro uma equipa participar toda, mas isso é um risco, pois nem todos estão à vontade, quer para lidar com o granel, quer para resolverem questões que têm que ver com critérios ou aceitação de respostas. A par disso, a formulação de perguntas ajuda muito à condução, independentemente da pergunta estar ou não no projectada no ecrã. Tudo o que obrigue a explicação, interpretação ou argumentação é certo e sabido que dá logo margem para granel, confusão e arremesso de chickens, de eyes e do que houver à mão.
A linearidade do critério, ainda que possa ser algo mais subjectivo, é outro factor que afecta os anteriores. Cada organizador tem margem de manobra para decidir mas, para se salvaguardar, deve manter um rumo. Se nuns casos aceita respostas parciais ou que lhe parecem suficientes e noutras é mais exigente e minucioso, dentro de um mesmo nível a coisa fica mais perdida numa área cinzenta, também conhecida como “Cintura de Granel”.

Para abreviar, fica para um próximo post, porque não é um problema específico desta jornada, a já aborrecida e regular questão da linearidade da dificuldade em termos da distribuição por temas/equipas em cada nível.

domingo, 20 de março de 2011

sexta-feira, 18 de março de 2011

A Unidade 101 à boca das urnas

Devido a alguns impedimentos técnico tácticos da nossa parte (o uso do plural serve unicamente para diluir as culpas), fica o nosso agradecimento à Unidade101 que, ainda assim, mostrou disponibilidade para fazer este ligeiro apontamento acontecer.



Entrevistador Tremendo (ET) - Depois de na época passada a Unidade101 ter organizado o primeiro jogo e a equipa ter voltado a classificar-se numa posição que a permite voltar a organizar, quais são as ambições para esta época? Voltar a ficar nos 11 primeiros chega ou acham que têm margem de progressão?

U101 - Nem sim, nem não antes pelo contrário, até porque nós somos uma equipa cheia de ambições, a equipa está no seu início, fizemos novas contratações, houve jogadores que saíram porque tiveram melhores ofertas de outros clubes, e nem todas as equipas podem vestir cor-de-rosa. Contratámos um excelente treinador, que é o Special Two, pois ainda não temos dinheiro para contratar o João Silva... ou o Special One, e estamos a aplicar a força da técnica contra a técnica da força.
Mas para não fugir à tua questão, se vamos voltar a classificar-nos, tudo depende. Sabes, vou revelar-te isto em primeira mão, temos um estágio programado a meio da época para Cabo Verde... Se o FMI vier teremos de ficar só pelo estágio nos Jardins e nas igrejas de Lisboa.



ET - O que têm achado do campeonato esta época? E das organizações?

U101 - O campeonato, está viciado desde inicio, todos sabm que os árbitros estão comprados pelo Chiken Eye, que para nos confundir a todos,até inscreveu a outra atleta nos 1.500 metros em vez dos 3.000. Sim gostámos da concepção do Quiz dos Golfinhos, foi diferente, foi o primeiro, nunca tinham organizado, o que, tal como nós o ano passado, tem muitas arestas para limar, mas fugiram do óbvio, e perguntaram coisas sobre Lisboa... no fundo, achamos que foi uma pedra, geologicamente falando, claro!
Mas as organizações, estão muito standarizadas, sempre os mesmos temas, não são muito ecléticos, tirando os FP&M que faz uma cascata sobre Sexo, na qual participamos, mas continuamos sem saber o que é isso de sexo, os temas apresentados são quase sempre os mesmos.
Mas nós não nos importamos pois temos os HOMENS DA LUTA conosco, e o QUIZ é revolução, o Quiz diz não é reacção... em cadeia.



ET - Falando de organizações, o vosso jogo de estreia acabou por ser muito criticado. Achas que foi injusto, a malta gosta mesmo é de embirrar ou havia ali algum fundamento?

U101 - A crítica é implicita oa ser humano. Falem mal de nós, falem bem de nós, o importante é que falem de nós,... ou não, é como vos aprouver.
E no calor do jogo, o pessoal ás vezes, devido à competitividade, excede-se e falta cavalheirismo e fair-play, que como Jesus disse, é uma treta!
Fazer um jogo, giro, equilibrado, com antecedência, sem recorrer ás notícias de actualidade ou então a acontecimentos que provavelmente irão passar no futuro, no presente ou no passado, sem recorrer ao óbvio futebol em demasia, ou só a cinema como forma de arte, não é fácil. Requer tempo. E agradar a todos é tarefa que é impossível, mas não para nós!
Mas o calendário como está feito, implica que a equipa última classificada seja a primeira a organizar, no entanto achamos que se devia adoptar não o calendário Gregoriano mas sim o Maia.. temos dito!. E convenhamos para se ter um bom Quiz, é preciso tempo.
Se calhar, era melhor repensar, e as equipas que são as últimas classificadas fazerem os quizes mais para o meio do ano.
Talvez a equipa segundo classificada, devesse fazer o primeiro quiz, como castigo de não ter ficado em primeiro lugar. Mas por outro lado a 2ª classificada é a 1ª das piores, e nesta condição de 1ª não devia fazer o 1ª quiz, mesmo tendo ficado em 2º... bolas, já nos dói a cabeça.



ET - Em relação a este ano, o que é que aprenderam do jogo passado? E novidades, vão haver? Podemos contar com temas surpreendentes ou ainda não querem revelar?

U101 - Sim este ano resolvemos inovar e cumprir as regras... de condução. O napoleão vai fazer perguntas sobre a cidade do Porto, a Elisa vai-se vestir de branco e o Xico vai falar devagar. Na apresentação vamos ter gente nova! Gente grisalha para a pancadaria (não queremos cá Chicken Eye para nada!!!!!), um advogado que toca guitarra, um alentejano surdo. É que o pessoal do ano passado ainda anda no psiquiatra em tratamento de choque simultaneamente com lobotomias.
Teremos uma cascata só sobre folclore emigante transmontano, especificamente dos emigrantes que estão na ilha do Sal (mas sem picante).
Alguns dos temas serão:

Ai valha-me Deus
Egas Moniz
Sun Tzu
Acontece



ET - A terminar, porquê a mudança de Liga dos Últimos para Unidade101? Foi uma manobra a la Sun Tzu ou simplesmente apeteceu-vos?

U101 - Alguns passes dos antigos jogadores da Liga dos últimos, foram comprados por outros clubes. Temos escutas para o comprovar, se necessário.
Vai daí ós pois, que decidimos que "Ah e tal Liga dos últimos não porque não ficámos em último", e depois o inimigo já não se deixa surpreender, temos de mudar, apostando na continuidade.
Então puxámos da imaginação e começámos a inventar novos nomes para a esquipa.
Rosa Albardadeira, A Srª e os seus meninos, Micas coxa a rainha da mouraria, até que a Elisa disse : Orwellemos irmãos, Naquele tempo andava a ler o 1984, e a Unidade 101 ... é aquele quarto... dos indigentes e afins... e também é o ano em que o Xico nasceu, Indigente-mor .
Pronto não quisemos ouvir mais nada 101 num quarto pareceu-nos bem, desde que escuro
Por último queriamos agradecer ao Pedro Bonniz por nos ter facultado o programa para a apresentação, se bem que um smoking ficaria melhor.