quinta-feira, 26 de maio de 2011

Crónica da Jornada de Maio





O mês de Maio marcou um novo ciclo de no campeonato, com os Mamedes a inaugurarem um período de jogos organizados por algumas das equipas ditas mais “experientes”. Depois do muito que já se falou sobre organizações, virtudes/defeitos e perseguições, as expectativas eram elevadas e não apenas por isso. O início de época fulgurante dos Mamedes e as mais valias trazidas pelos seus reforços antecipavam uma noite criativa e, porque não, divertida, dentro do rigor organizacional a que nos habituaram noutras épocas.

Mas, numa jornada em que só os Ursinho não marcaram presença, vamos lá passar a pente fino o serão na Academia.



Parte Escrita – Quiz meets Broadway meets LSD




Enquanto aquecimento que é suposto ser, a parte escrita parece-me ser a ideal para pôr em prática algumas brincadeiras e experiências, sem que se descure totalmente o jogo. Nesse sentido, a animação gerada pelos Mamedes, com bigodes dançantes, projecções teatrais transcendentes e muitos talentos escondidos foi uma entrada servida de forma original. A parte em papel também não complicou em demasia, tirando porventura os países que, pela forma como estava representados tinham alguma dificuldade acrescida.

Zbroing e BMV saíam na frente, com Espertalhos logo no encalço e apenas quatro equipas não chegavam aos cinco pontos, o que espelha algum equilíbrio inicial.


Nível 1 – Som, som, experiência, som, som, cascata





Os Mamedes avançaram com a definição de sub-níveis dentro do nível 1 e, não duvidando do seu esforço em tornar o jogo o mais equilibrado que possível, no meu entender a sub-nivelação demasiado assumida, pode complicar mais do que simplificar, como é pretendido, nem que seja na cabeça das equipas. No entanto, o nível foi jogável, apesar da oscilação aqui e ali da dificuldade, mesmo que prevista, não torna as coisas tão fluídas.

Do ponto de vista temático, pareceu-me haver uma distribuição ponderada, onde não faltaram ciências de forma equilibrada. A cascata cantada, sem menosprezo pelas criatividade/qualidades vocais do Miguel, talvez não tenha sido uma aposta ganha. Com muitas equipas em jogo a coisa arrasta-se, é difícil manter o ritmo e os temas ficam diluídos em algo que não favorece a dinâmica do jogo. Do ponto de vista criativo é interessante, do prático o disco já não é bem o mesmo.

Em termos de condução do jogo, levantou-se o granel ocasional, com resolução rápida, ainda que nem sempre do agrado das claques, especialmente as que desembarcaram em vôos das linhas aéreas turcas, prevalecendo o critério do organizador. Segundo as minhas contas, 46 directas foram acertadas (perto 50%), com três perguntas a darem a volta à sala. É o chamado nível um puxado mas, ainda assim, claramente jogável como já referi.

No entanto, este nível faz sempre vítimas e os NNAPED e os Frikadellos rapidamente se viram fora da jogada, assim como os Universus e Ex- Cavaleiros, cabendo a fava à Unidade 101 que, no tira-teimas com os Lais, acabaram por ficar à porta do nível 2. Na frente mantinham-se Zbroing, agora seguidos por Feios, Porcos e Maus e Fónix, com um pelotão engalfinhado logo no seu encalce.


Nível dois - Para bailar e também para quizzar, isto é uma bomba*




Chegados ao segundo nível, não se pode dizer que os ânimos tivessem esmorecido, já que a máquina mamedina tem rotina suficiente para ir fazendo as coisas progredirem. Apenas aqui e se notavam alguns aspectos que, apesar de planeados como já referi, causavam algum contraste entre criatividade e resultado prático.

Começando pela “bomba”, tenho alguma dificuldade em vê-la enquadrada num nível 2. Tendo 10 equipas em jogo, obriga a um número de hipóteses de dificuldade média/alta que tornam as questões num emaranhado de tiros ao boneco, para não serem evidentes. No formato em que jogamos, combinando morosidade/viabilidade talvez só no nível 3 se aceitasse uma dificuldade acrescida face a um número mais reduzido de respostas mas, ainda assim tenho algumas dúvidas.

Os temas continuaram a variados, embora as trocas na condução de jogo, se bem que sempre segura, me deram a impressão de gerar algumas flutuações no critério do organizador. O equilíbrio entre as pontuações das equipas mostrava que a emoção ainda fazia parte da equação. Nove perguntas a dar a volta à sala mostram que a dificuldade não disparou à bruta mas, o facto de apenas 25% (15 em 60) das directas terem sido respondidas revelam que a fasquia se elevou.

Com cinco directas acumuladas, ao passo que quatro equipas nem uma tiveram para amostra, os Espertalhos saltaram para a liderança, logo seguidos por uns BMV c/ Laranja que fizeram das cascatas (7) a sua vitamina. Os Zbroing caíam para terceiro, com a companhia dos surpreendentes Golfinhos, que carimbavam o passaporte para a primeira final da época.

Fora da contenda ficaram rapidamente Lais e Duracell, tendo os Folie e os Outsiders (curiosamente com 0 directas e 6 cascatas somadas), lutado até à última por um lugar na final, coisa que não lhes foi possível alcançar.


Nível 3 – O velho drama do photo finish




Entrados no último nível, a luta pela vitória parecia estar a cargo de uma dupla, com todos os outros lugares mais em aberto. Restava saber se iria ser um nível 2+ ou um 3 plus e, com vinte perguntas a dar a volta à sala (em 36 possíveis), rapidamente se viu que cada pontinho valia ouro. Com todas as suas perguntas incluídas nesse lote, os Golfinhos viram assim o seu destino traçado, o que não invalida a boa performance da noite. Feios, Porcos e Maus e Fónix, foram ombro a ombro até ao fim e a recuperação dos primeiros valeu-lhes o quarto lugar no desempate. Controlando as distâncias, os Zbroing calmamente asseguraram o terceiro lugar, trazendo mais alguma consistência a um início de época algo tremido por parte dos campeões.

Na frente, Espertalhos e BMV c/ Laranja, trocavam ponto por ponto e, cascata após cascata, o despique mantinha-se. Valeu uma cascata a mais a estes últimos para, no desempate, assegurarem uma vitória suada mas bem jogada e um segundo amargo de boca para os também segundos na classificação geral.

Apesar de certos aspectos não terem funcionado como porventura foram planeados, especialmente nos números mais arriscados, o jogo dos Mamedes proporcionou, no seu geral, uma noite agradável. Foi o seu melhor jogo? Talvez não, mas isso não tem nada a ver com o empenho e a dedicação em tentar que tudo corra pelo melhor. E, no que toca à parafernália tecnológica / apresentação, esta foi do melhor que já temos visto.

Acrescento ainda que é fácil perceber quando um jogo é planeado e distribuído, como foi o caso dos Mamedes, mesmo que não sejamos adeptos do estilo/nivel + puxado ou + fácil do mesmo. Se a isso juntarmos uma boa condução, isso ajuda a superar alguma insatisfação em certos pontos e faz uma clara diferença face a outras organizações que já tive oportunidade de comentar. E isto não tem nada que ver com ser mais tolerante com A ou menos condescendente com B.

* Uma nota do nível 2, que não tem directamente que ver com os Mamedes, mas mais com a dinâmica do Chicken Eye. Visto que qualquer equipa pode pedi-lo, há um aspecto que me faz confusão, dado que se verificou durante o jogo. Uma equipa respondeu correctamente (FPM), mas a organização não considerou e a pergunta deu a volta também porque outras equipas, vendo a resposta correcta invalidada chutaram outra coisa qualquer. Uma dessas equipas (Lais) pede o Chicken e verifica-se que havia erro na pergunta. É certo que foram os FPM que acertaram, mas é outra equipa que protesta, não ganhando nada com isso. A meu ver, no limite, deveria ser mais um ponto para ambos ou uma nova pergunta, pois os directamente envolvidos apenas tiveram uma acção passiva e saem beneficiados com isso, isto para além da rectificação óbvia do erro.

domingo, 22 de maio de 2011

CLASSIFICAÇÃO DE MAIO


2ª vitória dos BMV c/ Laranja e 6º pódium nos últimos onze jogos. Parabéns!!

Espertalhos mantêm viva a chama do título, partindo para a organização em Junho um pouco mais aliviados.

Com Golfinhos, Fav. & Co. passam a ser 14 as equipas a chegar à final. Será bonito (e possível) se todas chegarem este ano, pelo menos a uma.

Mamedes, Espertalhos, Ordem do Fónix e... Outsiders mantêm-se como as únicas equipas a passarem sempre o nível 1.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Linha da Meta - Entrevista com os Mamedes em dia de organização

Foi difícil, mas lá conseguimos chegar à fala com os Mamedes, mesmo antes do início da jornada. O curador do Chicken Eye, que preferiu manter o anonimato desde que o tratássemos por Jorge, deu-nos alguns insights sobre o que podemos esperar hoje à noite e também sobre a visão dos Mamedes sobre este campeonato.
Como de costume, entre entrevistador, entrevistado e conteúdos, pouco ou nada se aproveita.


Entrevistador Tributado (ET) - Antes de mais, obrigado pela disponibilidade para uma tarefa de grande exigência mental. Serão apenas umas quantas perguntas, mas o seu grau de imbecilidade pode afectar os menos preparados.

Curador Chicken Eye Anónimo Chamado Jorge (CCEACJ) - Ora essa, os restantes Mamedes delegaram em mim esta responsabilidade, por estarem ocupados, aborrecidos ou a tocarem-se. Quanto à presumível imbecilidade, é chutada para canto por anos de vida académica rodeado de super-nerdalhões do Técnico.




(ET) -
Depois de 2 épocas de "folga", os Mamedes reforçaram-se a rigor para este campeonato. Alguém comprou carro com uma nova matrícula milagrosa ou com a crise, os trocos extra da vitória vieram impedir algumas refeições a pão, chicken e água?

(CCEACJ) -
Os nossos contactos na DGV revelaram que todas as combinações interessantes (FM - 20-11 , 69 - XX - 69, etc.) estão tomadas por carros de baixa cilindrada, sem ar condicionado e que gastam pouco: estamos mais a apontar para um autocarro de longo curso com varões de striptease e bolas de espelhos, mas alimentado a energia nuclear, tipo DeLorean do Regresso ao Futuro.

Em dia de prova os Mamedes não se alimentam de sólidos, para garantir que a hidratação na Academia penetra mais profundamente a chicha de cada um (e uma). As avultadas quantias têm sido encaminhadas directamente para obras sociais e caritativas reconhecidas, que normalmente terminam em "Bank" e são sediadas em paraísos fiscais sem pobres a sujar as ruas.

Ainda assim, e pensando na realidade difícil do país, o Paulo vai fazer um reforço de capital da Centralcer, o Alex vai entrar num time sharing do Mosteiro dos Jerónimos e eu vou implementar um programa de incentivos financeiros a mulheres carenciadas em troca de sexo anal. A Sofia não leva nada, para ser uma mulher carenciada.

Vamos também rebocar a Casa da Música para Lisboa para o Miguel e o antigo Cinema Império ao Pascoalinho, em reconhecimento dos serviços que garbosamente prestam.


(ET) -
Quatro jornadas, quatro vitórias. São vocês que estão muito bem, são os outros que estão muito mal ou há algum ingrediente secreto nos vossos jantares antes da cascata?

(CCEACJ) -
Como dizia o outro, Deus está morto, Marx também, e nós não nos sentimos lá muito bem. Mas parece que os outros estão ainda pior. Quanto aos jantares, o segredo está em existirem: nos anos transactos, metade da equipa não comia porque já eram dez e meia e ainda se estavam a coçar as partes baixas. Mas o Pascoalinho e o Miguel têm melhores hábitos e incentivam os nossos pequenos estágios na churrasqueira da Ajuda.




(ET) -
Em relação ao nível do campeonato, como têm visto a coisa em termos de organizações, granel e aspectos de moda e alta costura?

(CCEACJ) -
As equipas estão aparentemente mais calmas, e as organizações mais focadas em fazer um quiz simples e bom, em vez de complexo e mau. O granel diminuiu para um décimo, acho — visto que eu fazia os restantes nove décimos e agora me sinto constrangido pelo meu dever aviário.


Parte 2 - Da organização de hoje


(ET) -
Tendo vocês algumas bases científicas, vão compensar a falta de ciências noutros jogos desta época ou é tipo salada russa? Devemos preparar-nos para alguns temas impróprios para cardíacos?

(CCEACJ) -
Como de costume, temos seis temas e siga para bingo: a ciência terá a dose certa. Tudo muito bem distribuidinho, esperemos, para que as queixas reflictam apenas as falhas de cada equipa em certos temas, não um azar no lugar em que se sentaram.


(ET) -
O que é que o jogo dos Mamedes vai ter que os outros não tiveram até agora. Ou o que é que poderia ter, mas ainda estão em testes para ver se é legal?

(CCEACJ) -
Sexo anal. É por isso que o Paulo não vai à Academia. Quanto aos Mamedes presentes, iremos tentar fazer um quiz moderno e arejado, mas sem abusar. Excepto em alguns momentos em que faremos o contrário.




(ET) -
A jornada passada vimos uma Academia em estilo herdade "Peso Pesado". O vosso jogo também se vai adaptar a este novo ambiente?

(CCEACJ) -
Sim, e eu estou especialmente animado: as temperaturas médias acima dos dez graus deixam as minhas glândulas aos saltos (as que suam e as outras), e assim terei a desculpa perfeita. Como critério de desempate, teremos flexões com os polegares, Strong Man a puxar o João Silva agarrado a grades de whiskey e corrida de bicicletas fixas.


(ET) -
Jorge, enquanto leal tratador do chicken eye, como é que vais encarar os chicken eyes pedidos no vosso jogo. Vais mandar abaixo a net para evitar confusão, vais protestar contigo mesmo ou vai haver um tratador suplente?


(CCEACJ) -
Vamos discutir a coisa antes das cascatas começarem, para evitar quaisquer atritos. Infelizmente, nenhuma dos meus Chicken Eyes foi aceite durante a elaboração do quiz, por isso já não tenho moral para discutir o quer que seja. Excepto com o Vitoriano. E com o Tali. E com o Girão. E com o Tali.