Conhecendo eu o Rogério desde os seus tempos de petiz de longos cabelos e devoção especial por Rao Kyao, não me foi difícil falar com ele sobre uma curta antevisão do quiz que os seus Cavaleiros vão organizar hoje.
Melhor ainda, conhecendo-o assim tão bem, isentei-o de imediato de responder às questões que lhe coloquei, oferecendo-me para responder por ele. Afinal de contas, estou apenas a seguir a moda dos exercícios literários tipo “conversas com Deus” e outros tipo de personagens com a mania das grandezas. Além disso, dificilmente ele conseguiria ser tão sincero como eu sou a responder por ele.
Do campeonato
Roger, se puseres uma peruca de Nuno Rogeiro e usares uma cassete do Luís Freitas Lobo, como analisas o campeonato até agora, passando obviamente pelas organizações dos jogos e da luta pelo título?
Bem, no mapa do contexto geo político estratégico, o pressing intensivo das grandes potências continua a verificar-se e é impossível aos pequenos players vincarem a sua diferença, pelo menos no curto prazo. As organizações revelaram essa mesma instabilidade, fruto por vezes da ausência de uma táctica eficaz em termos de quiz moderno, sem terem a atenção devida em termos das cambiantes estratégicas e também da paixão que é necessária para levar as coisas a bom porto.
Para o ano, para além da edição dos "Grandes vídeos e ritmos de conga" do João Silva, o que gostavas de ver implementado no quiz de cascata?
Um quiz de cascata drive in seria divertido, especialmente pelas possibilidades que oferece em termos de atropelamento e fuga.
E esta modinha do quiz vir nos meios de comunicação. Achas que vai atrair público de qualidade ou as hipóteses de sermos abordados por gente estranha vai aumentar?
Estamos na Ajuda e em plena Academia, por isso gente estranha será certamente coisa rara. Creio que faltará pouco para um Prós e Contras sobre a proliferação do quiz e aí, temos no nosso seio intervenientes habituados a gritar para fazer valer opiniões, gritar a pedir comida e álcool e a gritar só pelo simples prazer de gritar, pelo que não temos nada a temer.
Dos Cavaleiros
Um começo em grande e uma queda igualmente em grande a meio do campeonato. É essa a sina dos Cavaleiros ou é apenas uma forma estranha de se divertirem?
Creio que o nosso problema foi sempre uma focagem mais intensiva na parte do Apocalipse do que na da Cavalaria. Por isso, mais do que diversão estilo Crash, temos de lidar com o chamado castigo divino, como costuma dizer o Fernando, que teve a sorte de conviver em pessoa com três dos quatro autores dos Evangelhos do Novo Testamento.
Com mais um ano de resultados que possivelmente ficam algo abaixo das vossas expectativas, o que diz o futuro: para o ano é que é ou começam a ponderar a ideia de irem espalhar a morte, a guerra, a fome e a pestilência por várias equipas?
Isso são questões que não gostaria de abordar nesta altura, até porque ainda não definimos a nossa tabela de preços, na eventualidade de uma liquidação total de Cavaleiros em stock. No entanto, o Fred está já a trabalhar num filme que falará sobre a história da nossa equipa e consoante lhe dê mais jeito que o final da coisa seja uma comédia ou um drama, logo decidimos o que fazer.
Da organização da jornada em si
Como referi anteriormente, Já nos conhecemos há muitos anos e não é segredo o teu entusiasmo por ikebana. Vai ser desta vez que sacas uma cascata do tema para fazer o teu próprio Sun Tzu ou tens outras ideias na manga?
É curioso que fales nisso, embora me emocione sempre ao falar em Ikebana e sabes bem que não gosto de chorar em entrevistas falsas. Posso ainda adiantar que estou também a fazer uma cascata de Sun Tzuning, em que saem perguntas sobre assuntos bélicos, carros quitados e assaltos a bombas de gasolina.
Usando um nome de um filme, como defines a contribuição dos membro dos Cavaleiros para esta organização?
Rogério – Spartacus (não tanto no sentido épico grandioso, mas mais porque gosto de usar armaduras de couro enquanto estou a escrever perguntas)
Johnny Bigodes – Fuga para a vitória (pelo enquadramento desporto, guerra, política e táctica ao nível de um Stallone à baliza ou o Pelé a fazer de tobaguenho)
Fred – A Beautiful Mind – Não tanto pela mente em si, mas mais porque ele é obrigado a inventar muito nas pontuações que vai anotando, criando fórmulas fictícias que nos colocam sempre na fase final, mesmo quando saímos no primeiro nível, qual John Nash de trazer por casa.
Pascoalinho – Chamavam-lhe o Bulldozer com Bud Spencer. Aqui fiquei indeciso, pois o António é um cinéfilo de primeira e não é fácil. Não entanto, o paralelismo entre o personagem de Spencer, atleta que virou pescador que volta depois a atleta, em cenário de elevado requinte e subtileza e o paralelismo do cinéfilo que virou quizzer sem deixar de ser cinéfilo era por demais evidente.
Fernando – The Birth of a Nation – Não só porque foi ele que aconselhou o Griffith em relação ao título do filme, como este é do signo Aquário, o que pode justificar o facto de um dos posters do filme ter um cavalo, a sua peça favorita no tabuleiro de xadrez.
Finalmente, qual foi aquela pergunta que esteve até à última para entrar e, com grande pena tua, tiveste de retirar?
Que afamado praticante de quiz de cascata, criou a famosa resposta standard “Boceta de feijão” utilizada em perguntas que não lembram ao demónio?
Quiz - Resultados da 120ª Jornada
Há 13 anos
Excelente, Sérgio!
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