domingo, 24 de outubro de 2010

Crónica de Outubro

OS EXTEMPORÂNEOS



Bravo! Bis! É apenas uma pequena parte do que apetece dizer, após aquela que foi a noite mais divertida de sempre, ou pelo menos desde que eu jogo. Depois de uma parte escrita que foi, é certo, bastante acessível mas que proporcionou descontracção inicial, os Gatos Bóbó... (perdão), os Ursinhos Bóbó partiram para uma noite ao nível do que os melhores humoristas “contemporâneos” nos proporcionam.
O argumento

No passado menos recente, costumávamos ir para um quiz dos Ursinhos com um “credo na boca”. Eu que o diga, pois estreei-me na Ajuda com eles e comecei a pensar se esta gente, que se juntava numa Academia a uma sexta-feira, não seria toda louca.
Hoje, a realidade é bastante diferente. O ano passado foi claramente o ponto de viragem, pois toda a equipa (ou pelo menos boa parte dela) passa a contribuir para a organização.

Digamos que o jogo em si terá sido regular, que é exactamente o que se pede. Teve um bom leque de perguntas, variado q.b. O 1º nível foi claramente acessível, o que foi impossível para recuperar de uma má parte escrita. Os dois níveis seguintes também tiveram uma boa jogabilidade, dentro do que se pede do grau de dificuldade. Também teve alguns problemas. Desde já a ausência de perguntas de ciências naturais ou tecnológicas, independentemente das áreas que se escolham. Talvez se houvesse 5 ou 6 perguntas que fossem escolhidas e bem colocadas, de modo à organização se poder defender de alguma eventual complicação que se colocasse por parte dos “cientistas” presentes, e já não teria existido nenhum tipo de crítica em relação a esse assunto. E faria as delícias de muita gente. Depois também houve um ou outro assunto específico em que se aproveitou para fazer duas ou três perguntas. Pessoalmente, torço sempre o nariz a isso, mas como já fiz o mesmo,… De qualquer forma, quando é mais que dois assuntos, deve-se sempre evitar.
Outra situação foi um pouco mais de perguntas fora do nível, do que seria de esperar. Não para um nível acima, mas para um nível abaixo.
Por outro lado, eles têm os seus temas preferidos e demonstram-no. Há que estar preparados para isso. E, se não estou em erro, abdicaram totalmente da tauromaquia, facto que me surpreendeu.
Enfim, em termos de qualidade e diversidade de perguntas, se calhar a do ano passado esteve um pouco mais bem preparada no cômputo geral. Mas o jogo deste ano não foi nada fraco.
Há um estilo de quiz que os Ursinhos começaram a apurar e são únicos e inimitáveis. É uma fórmula acessível, completamente despretensiosa, mas de muito difícil execução, como outros organizadores o provam. Esta fórmula faz as equipas dependerem muito da parte escrita e das directas, dado que as hipóteses de apanharem cascatas se reduzem. E qualquer azar, por mínimo que seja, torna-se fatal (como foi para algumas equipas). Mas de qualquer forma, eles conseguem gerir bem esta fórmula. Apuraram-na desde o ano passado e é abraçada, sem nenhum tipo de constrangimento.
Claro que isto faz com que equipas com mais aspirações, se arrisquem a sair à primeira, pois o patamar que é estabelecido equilibra toda a gente. Mas há onze jornadas. E dada a subida de qualidade de muitas equipas, nos últimos anos, os desaires dos “tubarões” têm-se multiplicado e os recordes negativos também. Se calhar, faz falta uma ou duas noites despretensiosas por ano.

E já que falamos de noites bem passadas, as organizações mais “perfeitas” têm vindo, na minha opinião, da parte dos Espertalhos e dos Zbroing (desempatem vocês, se acharem necessidade), com Mamedes e também Fónix a terem conseguido algumas organizações brilhantes ou perto disso. Nestas equipas que nomeei, é a experiência aliada à diversidade dos elementos, a um bom grau de dificuldade, capacidade de análise em perceber o que funciona e o que não funciona, etc. Isto também proporciona uma boa noite, como muitos de vocês comentaram no passado. Quem não gosta de uma boa jogatana competitiva?
No entanto, em termos de organização das perguntas, os Ursinhos já pertencem ao clube dos finalistas.

O elenco


Agora em termos de apresentação, são claramente desde o ano passado, simplesmente… os Reis!
Penso que qualquer equipa que não tenha chegado à final, sobretudo as que saíram no 1º nível, podem-se queixar de tudo e mais alguma coisa, mas nunca por nunca de não se ter divertido. (Ok, pronto. Acredito que tenha havido uma ou outra excepção…) O 1º nível foi de um grande cuidado. Cascatas temáticas como Sun Tzu, ou Cabo Verde, ou a já célebre cascata musical, ou mesmo Desporto (que de Desporto não teve nada!), e ainda um mix que, segundo o Jorge, “é mais ou menos um conjunto de perguntas que sobraram e que não sabíamos muito bem onde pôr” fizeram vibrar a assistência no 1º nível, pois como é óbvio só neste nível é que estas brincadeiras podiam ser feitas. Perguntas divertidas, bem feitas. Irónicas, sarcásticas? Sim. Mas porque é que não pode haver espaço para isso? Encare-se isso de uma forma desportiva. Ninguém no mundo faz tudo certo, sempre. E por vezes é preciso algum humor extemporâneo, como fazem todos os grandes comediantes, para que as coisas sejam perspectivadas. E quanto mais não seja, pelo menos assim os assuntos ficam encerrados.

Mais palavras para quê? A assistência batia palmas no final de cada ronda, o que foi inédito! Um elemento dos Frikadælløs brindava-nos com a tal… dança… das formigas… de qualquer coisa. Se o quiz fosse chato ou apenas normal alguém faria isso? Tudo isto fez com que praticamente ninguém (à parte a sempre horrível situação de se ficar pelo 1º nível) se chateasse ir à Ajuda.
Foi um espectáculo! Bravo! Bis!

O público


16 equipas jogaram pelo direito de ficarem até ao fim. Os Defenestrados faltaram desta vez e os também já regulares Irmandade do Bordel (que se passa com eles?).
Quanto aos que foram, os Nnaped e os Valentejanus espalharam-se ao comprido na parte escrita, retirando as hipóteses de chegarem mais longe. Embora diga-se que os últimos quase que conseguiam, deixando a Academia de uma forma inglória. Também os Folie à Cinq e os Indomáveis, SAD estavam abaixo da média de pontos, especialmente os últimos que tiveram uma clara falta de sorte nas perguntas que tiveram como directas. O regresso do Filipe Bravo (que bela surpresa!) à Academia não foi nada feliz e a Ordem do Fónix deu-se também muito mal com a noite, no que ao jogo diz respeito. Por último, os Power to You/Duracell (é assim a nova designação desta equipa) foram para as grandes penalidades com os Cavaleiros. E estes últimos foram mais fortes.

No 2º nível, também foram as directas a mandar no jogo, com as poucas cascatas a assegurarem uma melhor colocação. Os Cavaleiros do Apocalipse ainda haviam de saltar para a 7ª posição mas já não havia tempo. O equilíbrio de pontos neste nível foi determinante para que os finalistas já estivessem praticamente encontrados no 1º nível e só a Unidade 101 é que se afundou sem remédio, beneficiando assim os Frikadælløs que trepavam uma posição para a final. Aos Lais da Carangueja e aos BMV c/ Laranja não foi dado segunda chance, pelas outras equipas, para poderem continuar a jogar.

Na final, foi aos Fernandos Mamedes que calhou a fava das mesas. Estavam na corrida à vitória, mas acabaram a arfar desta vez. E podia ter sido pior, se não fosse uma resposta que foi “anulada” aos Golfinhos. (Mas isso não é motivo de polémica para estar numa crónica, portanto vai para os comentários.) Foram os grandes perdedores da noite com o 4º lugar, pois a reconquista do título ficou bastante mais longe.

Os Frikadælløs estão longe da performance do ano passado, mas mesmo assim com o 6º lugar ainda tiveram motivos para sorrir esta noite. Regressaram às finais e naturalmente ainda correm para manter o estatuto de continuar a organizar.

Estatuto que os Golfinhos, Favaios e Cª também gostavam de conquistar pela primeira vez, nem que seja já em Janeiro. 5º lugar acabou por saber a pouco, pelo que foram fazendo. Mas, se calhar contas feitas, para uma equipa com sede de matar o borrego das finais, não trocavam esta posição por outra mais abaixo.

Os Feios, Porcos e Maus fizeram uma bela jornada! Treparam na final até ao 3º e consolidaram uma boa posição no campeonato. Quem sabe onde poderão chegar nas jornadas que faltam?

Os Espertalhos do Carinho agarravam o 1º lugar, mercê de um 3º nível com 11 pontos! Para quem já tinha feito um raríssimo 10 na escrita, foi o corolário de uma noite perfeita para eles, que estão de regresso às vitórias. Parabéns!

Mas os maiores vencedores da noite acabaram por ser os Zbroing 747!. O 2º lugar e 58 pontos nas últimas 5 jornadas fizeram-lhes ganhar um avanço quase determinante para conquistarem um inédito título que poucos preveriam no início. É certo que só têm apenas uma jornada para pontuar, pois organizam em Dezembro e ainda há jogo. Mas a regularidade deles este ano foi impressionante! Parabéns!


E até Novembro para novas “cavalgadas”.

12 comentários:

  1. Aqui vai então o comentário:

    Tem a ver com uma pergunta no 3º nível sobre os países que estavam na corrida ao Mundial 2018. É uma pergunta de actualidades. Como não foi explicado na pergunta, que eram os candidatos que existiam até ao dia "tal", a actualidade devia-se ter mantido. E no dia da cascata, os Estados Unidos já tinham desistido, como tal os Golfinhos deram a resposta à pergunta que se colocava. Acho que não resolveram bem este critério e que até influenciava a classificação da jornada...

    Mas como disse, isto não é motivo para polémica nenhuma. E o resto são cantigas!

    Citando alguém: Venham mais quizes destes!

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  2. A inspiração da Teresa Miguel....

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  3. Alguém reparou na ausência de perguntas de ciência neste quiz?

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  4. Elcio/Taly das Arabias27/10/10 21:19

    Miguelito

    Gostaste ;) da frase!

    O que me fartei de rir hahaha

    Venham muitos mais jogos destes

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  5. Gostei sim senhor, Taly :-) Não me recordava já quem tinha dito. Venham mais destes mas... cuidado com as imitações! A matriz é única e não é para ser imitada. Quanto muito recriada. Ou não será assim?

    Ao outro anónimo (que não sei se está a ser irónico), eu por acaso nem tinha reparado na ausência de perguntas de ciências, mas entendo muito bem os desabafos de quem sai mais frustrado, no bom sentido.
    Mas também há outros quizes em que outras áreas não são abordadas. Isto obviamente não desculpa, pois pode-se sempre pôr três ou quatro perguntas de áreas mais obscuras de uma qualquer equipa, sem que por isso o quiz deixe de ser interessante sobre o que as organizações são mais fortes. Política também costuma ser um tema muito pouco abordado e no entanto ninguém refila da mesma forma...

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  6. O quiz estava divertido sim senhor. Ri-me bastante. Quanto aos temas, enfim, acho que no primeiro nível não respondi a nenhuma pergunta com tema. Só a amantes de jogadores de futebol e letras de reclames de televisão. Uff...

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  7. Miguelito, ñ ligues a Tacanhês provinciana, deixa-o falar com ou sem irónia, Nunca tal coisa tinha visto depois de 10 anos de quizes... e uns tantos cascata o pessoal a aplaudir depois de cada nível!

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  8. Taly/Elcio das Arabias28/10/10 20:26

    O comment em cima é meu

    Taly das Arabias

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  9. Cão de Fila Indiana28/10/10 20:56

    O comentário acima deste também é teu Taly.

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  10. Taly/Elcio das Arabias28/10/10 21:49

    Este comentário é meu!

    "Miguelito, ñ ligues a Tacanhês provinciana, deixa-o falar com ou sem irónia, Nunca tal coisa tinha visto depois de 10 anos de quizes... e uns tantos cascata o pessoal a aplaudir depois de cada nível!"

    Taly/Elcio das Arabias

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  11. Nietzche de Mercado29/10/10 12:09

    Mas, num certo sentido, ao deixá-lo aqui, não deixará de ser um comentário apenas teu mas, de certa forma, passará ser algo nosso?

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  12. Alguém reparou na falta de perguntas sobre Bruxaria e Advinhação?
    Foi um Quiz muito Monárquico... ou seja Popularucho, estilo Paulo Portas nas feiras.
    Mas não deixou de ser engraçado.
    Mas faltou as perguntas de Bruxaria e Advinhação.
    Se calhar está reservado para a o próximo?
    Será?
    Vou ver na minha bola de Cristal...

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