A última jornada, antes da pausa de Verão, viu os Fernandos Mamedes dissipar (quase) todas as dúvidas que ainda pudessem surgir, no que ao título diz respeito. Ao primeiro prémio Prestige da noite, só mesmo um burguesismo bacoco da parte deles poderá fazer com que não sejam os sucessores dos Zbroing. Não que a diferença pontual seja irrecuperável (é obvio que não), em relação aos mais directos perseguidores. Mas esses perseguidores, e assumindo que as equipas não faltam, estão apenas resumidos aos Espertalhos e aos próprios Zbroing, dado que ainda dispõem das 4 jornadas que faltam. A Ordem do Fónix ainda vai organizar uma delas, esperando apenas que a matemática confirme a quase impossibilidade de ser campeã. Quanto aos BMV c/ Laranja, que também organizam, (assumindo que os Mamedes não faltam), selaram as aspirações nesta jornada ao não atingir a final.
De ressalvar no entanto a resiliência e o bom momento de forma da Ordem do Fónix e dos Zbroing. Estes últimos inscrevem o nome num recorde que há muito tempo que era difícil de ultrapassar: Somaram 13 pontos só no 3º nível.
Último prémio Prestige da noite, bem salientado pelos nossos “anfitriões”: Não “neguem” à partida uma equipa que desconhece(m). E nós nunca negámos!
A partir de Setembro há mais…
Sun Tzu Retro (Edição Especial Queda do Muro)
Foi um quiz muito Retro.
Pegando e analisando as palavras do Jorge em comentário de um post anterior, teve problemas de falta de tempo, aliados à indisponibilidade de alguns elementos dos Ursinhos Bobó. Em que é que isto se reflectiu? Sobretudo na qualidade do conteúdo por parte deles e na percepção da forma pela nossa parte.
Esmiuçando, tivemos um pouco mais de sub-temas (ou assuntos) com pelo menos três perguntas sobre elas. Isto serve, muitas vezes, para mascarar a falta de tempo que possa existir para acumular cerca de 200 perguntas minimamente diversificadas que são necessárias para um jogo. Um exemplo prático disto, foi 3 ou 4 perguntas sobre estatísticas de Óscares, seguido por mais 3 ou 4 sobre factos dos filmes de James Bond.
Apesar de tudo, talvez o maior “pecado” dos Ursinhos nesta jornada, foi o “retro-cesso” às datas. Que me recorde, houve pelo menos uma de relevância histórica, mas recordo-me de, pelo menos mais três ou quatro de mandar para o ar. A década ou século talvez servisse melhor os interesses de quem sabia e não de quem lucrou.
Mas será que em essência, o quiz em termos temáticos foi diferente das outras jornadas organizadas por eles, desde 2008? Na minha opinião, a resposta é não. Tematicamente, nada foi diferente. Até acrescento que conseguiram colocar pelo menos uma pergunta de ciências no baralho (já não me recordo qual, mas dei por ela) e de forma que a resposta fosse objectiva, sem azo para os cientistas complicarem. É certo que não houve as letras de música para completar, normalmente “da lavra” do Tirapicos que não pode estar presente, e que geralmente fazem as delícias de muitos dos espectadores presentes. Mas tematicamente estava tudo lá. Não houve surpresas nenhumas, nesse sentido.
Na minha opinião, a jornada só falhou na construção e polimento da forma. A diferença fundamental foi que não houve, dentro dos tais sub-temas/assuntos, um critério para avaliar o grau de dificuldade de cada um deles, de modo a uniformizar as perguntas. Mas mesmo que a intenção fosse separar graus de dificuldade dentro de cada sub-tema, não se teve o cuidado de dividir as dificuldades para cada mesa. Daí alguns protestos terem mais fundamento nesta jornada que outras, dado que a percepção global dos espectadores foi justamente essa.
A jornada Ursoniana é provavelmente a jornada mais importante de qualquer campeonato. Primeiro porque é fora de qualquer cânone convencional e consensual que um quiz “deve ter” em termos de conteúdo. Depois porque, quando eles estrutruram-na bem, ainda que de forma “retro”, todas as equipas partem em pé de igualdade, sem outras armas que não aquelas em que se ouve “não me perguntem como sei esta”.
No entanto, a falta de tempo desestruturou o elemento “fora” tão comum aos Ursinhos, passando a ser um quiz normal de quem não teve tempo de o organizar como deve ser, e como eles gostam de o fazer. E foi esta a nossa percepção. E teria sido muito chato para quem jogava, caso não fosse o melhor “apresentador” da Ajuda ter-nos abrilhantado com a melhor performance a que se assistiu (já lá vamos). Mas a sensação foi a de que houve um pequeno dejá vu de quizes de outros tempos: cheios de boa vontade e alguma diversidade, mas que actualmente perdem para os actuais modelos de planeamento de conteúdo e forma.
No fundo, os Ursinhos têm uma fórmula única de elaborar e apresentar a jornada como mais nenhuma equipa o faz. Mesmo que desta vez não tenha corrido bem; eu friso, mais uma vez, que é mesmo única. E esclareço menos subtilmente: não é para haver emolumento. Só tem graça porque são eles e ponto final.
Acho que é quase impossível dizer mais. Em termos de condução esteve à altura de qualquer tipo de polémica que tenha surgido, e que graças à sua forma de estar em “palco” rapidamente foi sanada (fora as que se sanaram por elas próprias), mas foi o tipo de humor, resposta pronta, piadas, subtilezas de “letra”, até provocações próprias de um humorista; enfim, um one-man show de um senhor cheio de “Prestige”. Foi admirável! Mesmo com o intervalo do 2º nível, que ficou a cargo do Miguel, bastante mais verde a resolver alguns problemas, salientando que fê-lo sem interferência da mesa (até nisso, foram impecáveis), a noite acabou por ser singular e inebriante no que ao jogo diz respeito.
É óbvio que os Ursinhos sabem muito bem que um quiz menos conseguido não se mascara com a melhor apresentação. Isto é, ao contrário de senhores e senhoras de falso “prestige” com que eles tão bem brincaram na primeira ronda de perguntas, os Ursinhos são mesmo de puro Prestige. E nós temos essa consideração de perdoar as menos-valias desta jornada, porque eles já nos deram provas do que são francamente capazes.
Apesar de muitos de nós não utilizarmos o mesmo desportivismo com outras organizações, sendo por vezes demasiado “Sun Tzu” para elas; o que é certo é que, de alguma forma ficamos rendidos ao incrível charme e humor dos Ursinhos quando organizam. Mesmo os mais empedernidos.
Quando o 1º nível terminou, sob os habituais protestos da colocação da mesa, talvez porventura mais legítimos desta vez, haviam de cair por terra os Folie à Cinq, Outsiders, Unidade 101, Universos e Frigoríficos e ainda os Lais da Carangueja e os Feios, Porcos e Maus, todos eles a ficar a ver o filme… de fora.
“Coltura”
7 perguntas apenas a dar a volta à sala no segundo nível. 29 foram directas, praticamente metade. Houve a sensação de perguntas que foram deslocadas para um nível acima, mais do que seria normal. Os Ursinhos sempre tiveram esse pormenor menos bom nas suas organizações. Na deste ano, a percepção da sala foi que eles exageraram. Sobretudo porque foi neste nível que apareceram mais vezes as datas impossíveis que contrabalançaram as ditas “fáceis”. É uma percepção que eu pessoalmente não consigo substanciar, apenas tendo a ideia que foi mesmo mais que o normal. Mas adiante. De fora da final, havia de ficar equipas como os BMV c/ Laranja, os Frikadaellos e os já citados Duracell. Uma palavra para os Golfinhos, Fav. & Co. que deram a sensação de repetir a final de há dois meses, mas perderam para o desempate para os Ex-Cavaleiros. Para estas quatro equipas, a “coltura não chigou” para a final.
É curioso como o Jorge ia comentando as perguntas do Pimenta, com muita graça. Sobretudo porque a percepção (sempre ela) de que eram impossíveis, foram largamente contrariadas com o número de pontos mais alto que o normal nesta jornada. Senão vejamos: Quantas jornadas houveram em que o terceiro nível teve 27 respostas dadas em 36 possíveis, num terceiro nível??!!
Cheira-me que nenhuma. Mas a percepção foi que elas quase todas eram efectivamente de terceiro nível. Será que os Ursinhos, ou neste caso o Pimenta, encontrou a fórmula ideal para manter o interesse da cascata até ao fim? Só o futuro o dirá…
Os Ex-Cavaleiros respiram saúde. Após um fraco começo de campeonato, estão mais perto do que podem vir a render e posicionam-se naturalmente para poder acabar dentro da “zona europeia”, mesmo com a agravante de serem os próximos a organizar.
Os Espertalhos do Carinho são claramente os perdedores desta jornada. Acabou por não lhes correr bem, apesar do início prometedor, e por isso acabam a ver os Mamedes mais longe deles, ao mesmo tempo que os rivais se aproximaram bastante. Mas a toalha ainda não está no chão.
Dos N.n.a.p.e.d. já se falou. Uma belíssima surpresa que o Santola e companhia recebeu esta jornada. Sobretudo porque a jogar com eles, estava um grandessíssimo “Kromo” muito motivado na sua estreia. Será que após dois anos de interregno, veremos esta equipa de regresso às organizações para o ano? Não devo desejar-lhes nem mais nem menos que aos outros. Mas está perfeitamente ao alcance deles esse desejo de voltar a organizar.
3º podium para os Zbroing 747!, este arrancado a ferros com muito mérito depois de uma segunda parte chocha. Palavras para quê? Pese embora o mau começo de campeonato, são os campeões em título e demonstraram-no claramente nesta jornada. Ainda há esperança…
Já a Ordem do Fónix precisava mais de um deslize dos Mamedes, para acalentar esperanças na reconquista. A meio do 3º nível chegaram à liderança. Mas a ponta final dos Mamedes foi fatal para eles. De qualquer forma, o ano passado já lá vai. Estes são os grandes Fónix que sempre nos habituaram.
Quanto aos Mamedes… já escolhem outros restaurantes, muito pela calada, não vá haver alguma intoxicação alimentar…
Para finalizar, duas frases que se retêm desta jornada: “O gajo de Alfama com diplomacia de croquete” e “Assim fenece esta farsa”!
Uma última nota: Para os ausentes ou mais distraídos, os títulos de cada segmento são os títulos das rondas temáticas do 1º nível. Tinham que ser recordados para a posteridade!
Boas férias e em Setembro há mais!
Só um pormenor que me esqueci de referir na crónica. Já não vou alterá-la, pois se mexo na edição daquilo, crio um buraco negro que já não consigo sair dele... Enfim...
ResponderEliminarHouve de facto um chicken-eye. Foi pedido e perdido pelos Mamedes (burros!), já no terceiro nível. Referia-se ao jogador que marcou o golo decisivo da "final" de 1950 no mundial de futebol (não sei quem é de cor, e agora também não interessa). Porque era factual e não interpretativo, qualquer que fosse a resposta tinha de ser acatada pelo que os factos dissessem. Nestes casos específicos, penso eu e acho que não estou errado, a organização não tem voz na matéria.
Alguém que me desminta, se eu estiver errado.
No fundo, e se as coisas forem assim como eu disse, é só para esclarecer uma situação que ia ocorrendo, em que o Jorge pensou que podia ter a decisão final. Eu acho que nestes casos factuais, não é bem assim. Noutros mais interpretativos, será o critério da organização que prevalecerá sobre a aceitação do que o Chicken-eye ditar.
Um pouco à semelhança do trampolim mais alto do mundo. Os Mamedes que organizavam, não sabiam que mais recentemente passou a ser outro mais alto que tornou a resposta que tinham incorrecta. O chicken-eye foi pedido, o ponto foi dado a quem tinha dado a resposta factual correcta em primeiro lugar. A organização não interfere na legitimidade do facto, limitou-se a confirmar o ponto e seguiu em frente para a próxima pergunta.
A pergunta era quem tinha marcado o golo decisivo: como o jogo teve uma reviravolta de 1-0 para 2-1, o decisivo é o último. Parece-me além de qualquer interpretação pessoal, embora até estivesse à espera que alguém argumentasse que o empate é que deu o élan à equipa para dar a volta ao jogo e tal.
ResponderEliminarNeste caso específico, o golo decisivo era mesmo o 2º do Uruguai que lhes permitiu vencer. É que com o empate, o Brasil seria campeão à mesma. Portanto, essa parte interpretativa não suscitava dúvidas nenhumas.
ResponderEliminarTinha-me esquecido da nuance de interpretação sobre o que podia ser o golo decisivo, mas seria disparatado pedir um chicken-eye sem se certificar qual era o critério, ou seja, se os Ursinos falavam do primeiro ou do segundo golo do Uruguai (penso que estamos todos de acordo, que o do Brasil não seria!). A lógica indicaria para o segundo, como veio a acontecer.
De qualquer forma, caberia à organização decidir o que considerava como golo decisivo. A partir daí, era só saber se a resposta que eles pediam era um facto correcto ou não. Neste caso, estava correcto e o chicken-eye foi perdido.
Concordo com o que foi escrito. Já tinha apontado aspectos menos positivos noutro tópico, mas é importante referir que a condução do quiz foi muito boa, em certos períodos exemplar até!
ResponderEliminarD.C.
Nada a opor à generalidade do que já foi dito, tanto na crónica como em posts/comentários anteriores.
ResponderEliminarUma pequena nota adicional apenas em relação ao desempenho da nossa equipa - Não sendo o que pretendíamos, não deixa de ser possivelmente a prestação possível dentro do quadro das circunstâncias.
Não só nos faltava o nosso grande (can)guru espiritual, como das sete perguntas que deram a volta à sala no 2º nível, três nos terem calhado a nós, ao passo que rivais directos acertavam em 5/6 directas, cavando fossos difíceis de superar.
Num jogo acessível, como foi o caso, quem já joga isto há algum tempo sabe que sobreviver a essa distribuição e chegar ao terceiro nível, só por si já é bom. O que vier por acréscimo, melhor.
Em termos de campeonato sim, a coisa ficou equilibrada do 2º para baixo e aí vamos continuar a fazer o que pudermos para a coisa ser interessante.
O Quiz foi como este sketch:
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=URKwOToCle0
Nonsense mas com muito prestígio.
Bela merda de quiz! Como foi uma equipa de top a realizar, ninguém reclama. É a coerência do Costume.
ResponderEliminarA pouco mais de uma semana da próxima cascata, não será já tempo de se fazer a antevisão e a entrevista (pouco) verídica aos organizadores? :)
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