terça-feira, 29 de junho de 2010

Crónica da Jornada de Junho

A esperança é do tamanho do mar


À entrada do meio da época, com a viragem das organizações para as ditas equipas mais rotinadas, ainda mais sendo os actuais campeões a organizar, seria de esperar que o título deste segmento se confirmasse numa jornada de bom nível.
Mesmo depois de se saber que seria um quiz de autor, com os perigos que estes acarretam e já aqui debatidos, a vasta experiência e a observação de erros cometidos ao longo desta época fazia com que a tal esperança se mantivesse.

Nesta fase, nem o facto de irmos ver a que hino pertence a estrofe do título do segmento faria esmorecer os mais optimistas.

Os bons updates tecnológicos apresentados pela organização dos Fónix, a cargo do Zé Pedro, pareciam indicar que estávamos no bom caminho. Mas, bem vistas as coisas, a tecnologia constituiu, em larga margem, o ponto alto deste quiz e isso, só por si, não é bom sinal. Sem menosprezo pelo esforço e empenho que são precisos para organizar um quiz de cascata, o problema aqui foi estrutural o que, mais do que por afinição com temas favorecidos com o autor, tem a ver com a estruturação do jogo em termos de equilíbrio, dificuldade e, porque não, satisfação de quem joga.


Vamos então percorrer a ementa.


Dos 15 minutos de aquecimento, ao uso de correntes para a neve




Tal como prometido, às 22.30 começou o jogo. O formato utilizado teve alguma inovação, embora estivesse longe de ser um aquecimento. Interessante o sistema do vídeo para identificação dos membros da banda em palco, independentemente de serem considerados mais ou menos difíceis, tal como o mapa com os países do Orwell.
No entanto, a complexidade e a dificuldade evidente em boa parte das opções, arrastou as pontuações para baixo, com apenas uma equipa a atingir os 5 pontos e havendo inclusive quem tivesse zero.

Duas ressalvas técnicas:

1 - Dada a escassez do tempo e o rigor em relação ao mesmo, folhas impressas de um lado e outro não são uma boa ideia, ainda que ambientalmente mais consciente. Torna menos flexível a capacidade das equipas se dividirem e se ocuparem de partes diferentes, assim como complica a anotação de respostas, por exemplo em que uma dependa de vídeo/música e a outra, do outro lado da folha, não.

2 – Se no caso da Peugeot, não aceitar Sochaux pode ser considerado (ou não) preciosismo, dada a pergunta e o enraízamento da marca nesta cidade, no caso da Dodge, o nome da marca deriva dos irmãos que a criaram e não da cidade base, que é efectivamente Detroit. Não tendo eu noção se alguma equipa foi afectada por este facto na pontuação, é irónico que se verifique uma situação semelhante à ocorrida na jornada passada, depois de tanta polémica.


Um Inaki para ti, um Inaki para mim e a vida sorri



Tendo à sua disposição um placard com timer, pontuação em real time e reprodução das perguntas, pode dizer-se que a organização, do ponto de vista logístico, foi exemplar. As quinze equipas presentes não podiam pedir mais neste sentido.
Quanto ao resto…. Isso é outra história. Sendo um quiz de autor, não é preciso estar para aqui a espancar o Stevie Wonder, mas obviamente que certos temas foram mais abordados do que outros. É legítimo, do ponto de vista do organizador. Mas, uma vez mais, a aleatoriedade da distribuição da dificuldade fez algumas vítimas, até pela abordagem a certos temas.

O equilíbrio a que se poderia ir assistindo deveu-se a um nivelamento por cima da dificuldade e por baixo ao nível da pontuação com seis perguntas a dar a volta à sala no nível 1 e o máximo de directas respondidas por uma equipa a ser 4.
Quando, ao fazer o balanço do nível, se vê que seis equipas não chegam aos dez pontos, somando parte escrita e nível 1, pode deduzir-se que o entretenimento para as mesmas deva ter sido nulo, havendo inclusive uma delas, os Lais, que chegaram ao segundo nível apenas com 9 pontos.

As primeiras vítimas foram Indomáveis, Freakadellos, Defenestrados e NNAPED, que não conseguiram assim dar seguimento a uma jornada de bom nível, mas a grande supresa (ou não, dado o jogo), foi a eliminação dos líderes Cavaleiros nesta fase, num jogo que nunca foi o deles, a vários níveis. Deixava assim de haver qualquer equipa com pleno em termos de fases finais e a luta pelo título poderia ganhar mais alento.

Na frente, os Mamedes pareciam querer tirar partido disso mesmo, seguidos de perto pelos BMV c/ Laranja, apostados em fazer uma boa jornada e não ficarem entalados como é tradição.


Pâ gradecê pâ túd’ quêm qu’ j’dá-’l, êl c’meçá tâ fála, tâ dzê qu’ manêra qu’ êl táva contênt’ d’ fúnd’ d’ coraçõ.



Por esta altura já era uma certeza que este quiz seria nivelado muito por cima, em termos de dificuldade e da simplicidade de processos tecnológicos de pontuação/tempo. No entanto, a oscilação do equilíbrio em termos das respostas e a selecção temática, iam minando o entusiasmo das equipas que, apesar do jogo decorrer a bom ritmo em termos de tempo, não evitavam alguns bocejos e desinteresse.

A estatística comprova isso mesmo, quando apenas 14 perguntas directas (em 60!) são respondidas num nível 2, isso signifca que nem chegámos a 25%, quando possivelmente em média deveríamos andar mais perto do dobro disso. Se a esse facto juntarmos 20 perguntas a darem a volta à sala, então nem é preciso fazer muitas mais contas para perceber que a jogabilidade foi reduzida.

E depois, Cabo Verde. Eu até percebo a ideia de uma Cascata temática sobre o arquipélago, possivelmente num nível 1 e com questões acessíveis e ainda assim… Fazê-lo num nível dois, com questões bastante específicas e longe de serem do domínio comum ou vai dar uma cascata com 2 ou 3 pontos ganhos ou, como aconteceu, ser uma oferta de mão beijada para quem, profissionalmente ou pessoalmente tenha um conhecimento específico, neste caso sobre Cabo Verde, mas também poderia ter sido mais à frente com a UCCLA. Na realidade, isto é um pressuposto válido para a escolha de qualquer tema mais particular.

E foi com um suplemento de cachupa rica, que os Zbroing concluíram o nível com energia fazendo 16 pontos, o dobro de qualquer um dos seus concorrentes mais próximos neste nível. Treparam para uma liderança igualada com os Mamedes, com os BMV c/ Laranja a fechar o trio na frente. Os Feios, Porcos e Maus caminhavam para a melhor prestação do ano e os Espertalhos, a perderem algum gás, conseguiam ainda assim a 5a final consecutiva. A fechar os apurados, a Unidade101 que, apesar das dificuldades, conseguia assim o acesso ao terceiro nível.

Golfinho e Power2U ficavam a apenas um pequeno passo da final, mostrando que são equipas em fase de progressão esta época, ao passo que os Ursinho tiveram uma noite morna (ou de mornas?) e falhavam o terceiro nível. Os Lais, que a custo tinham sobrevivido ao nível 1, foram praticamentes espectadores sem hipóteses nesta fase.


Fala comigo, Wilson



Quem aqui chegou, sabia de uma coisa – não ia ser pêra doce. Se boa parte dos níveis três jogados, muitas vezes pendem para o quatro, o encaminhamento deste sugeria algo rápido e indolor, para pôr fim à questão.
Não foi um nível 3 pior que outros, mas a embalagem que já trazia dos outros poderá ter anestesiado a audiência. Perguntas a dar a volta – 21 em 36. O único factor emocional foi uma mini luta entre BMV e Zbroing pela liderança, mas estes últimos não cederam e nunca perderam o balanço que já traziam para assegurar a vitória. Os BMV c/ Laranja assinavam uma excelente prestação e os Mamedes fechavam o pódio, abatendo a diferença que os separava dos Cavaleiros e tornando-se agora líderes.

Os Feios, Porcos e Maus também se destacaram, voltando ao convívio das finais num lustroso quarto lugar. A fechar, Espertalhos e Unidade101 que bem podem dar-se por satisteitos por terem chegado à final, já que das suas últimas 12 perguntas directas, viram 7 e 8 darem a volta à sala, respectivamente.

E a noite acabou relativamente depressa, mas infelizmente o entusiasmo já tinha acabado antes. Se aqui fomos apontando falhas às organizações, desculpabilizando nalguns casos a inexperiência, neste caso tal não é possível. Uma vez mais, nunca é aqui posto em causa o empenho da organização ou até o estilo da condução, porque aí é impossível agradar a gregos e troianos, mas sim a forma como se materializa um quiz e do facto de se ter em conta que quem joga não é quem organiza.
Podemos até ir, nos quizzes de autor, para áreas que nos dizem mais, sacrificando um pouco o domínio comum, sem que tal torne um jogo impraticável. Mas, se vamos por interesses mais pessoais, uma dificuldade puxada e não criamos as defesas necessárias para que o jogo fique equilibrado, jogável nem que seja nos limites e se evite o favorecimento de A ou B, mesmo que inadvertidamente, então diminui-se o valor do próprio jogo que se está a organizar.

E, dificilmente, o objectivo de quem organiza poderá ser falar para si mesmo um serão inteiro.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

CLASSIFICAÇÃO DE JUNHO

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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Da Ordem, do Balanço e do Quiz de Amanhã

Tendo em conta a jogatana de amanhã, o Zé Pedro fez uma pausa do sorteio de respostas aleatórias para o quiz que a Ordem do Fónix está a preparar e deu-nos uma perspectiva do campeonato até agora e também do jogo de amanhã.
Aproveitando um vazio legal, vamos avançar desde já que não podemos ser processados pela publicação da entrevista.


Balanço do campeonato, a meio do caminho

O jogo da Ordem do Fónix marca o meio do campeonato. Como é que têm visto as organizações até agora e, traço geral, o campeonato?

É como no circo: há organizações e desorganizações. Temos visto pouco porque os meninos bonitos vão fazer ó-ó bem cedo…
Sobre o campeonato, acho que o Benfica se fartou de ganhar, foram 4-1 aos lá de cima, no basquete; que se lixe, tenho de tirar esta pergunta!
De resto, só mudam as moscas. Surpreendentemente!!!!!! as seis equipas da frente são as mesmas do ano passado, com a ordem quase invertida. Quem diria?


Na época passada a Ordem do Fónix sagrou-se vencedora graças a uma consistência de resultados ao longo da época. Este ano as coisas estão um pouco mais difíceis. A engrenagem está enferrujada, o alinhamento planetário não tem sido favorável ou, pura e simplesmente, há uma cabala em curso?

Quanto à consistência dos resultados, é sempre a mesma: temos os pontos correspondentes às classificações. Continua a ser tudo fácil, excepto a fumarada dos charutos do Pedro Bonniz. Este ano levamos com anestesia geral para a cirurgia plástica; após a convalescença tudo será diferente.
Já me lixaste mais uma data de perguntas! Já não posso perguntar o que é uma engrenagem, quais são os planetas alinhados em Dezembro nem quem anda a comer cabala grelhada.
No que respeita ao curso, sim senhor; já encomendámos os diplomas.
E não é ferrugem; deve ser a PDI, ou droga nos rebuçados de papel vermelho.


Com os suspeitos do costume a organizarem todos na 2.ª parte da época, quais consideram os principais candidatos? Ou isto até agora foi a brincar e na segunda parte os Fónix vão meter ordem na coisa?

Candidatos, até agora, são o senhor que cospe bolo rei, o que massacra lebres e o bom samaritano dos terramotos.
Raisupartiça!!!! Esta pergunta não tiro!
Ordem? Mais uma! Também não tiro esta.
Para mim uma Ordem de Santiago, que já temos duas Torre e Espada, uma de Avis e outras minudências.
Meter na coisa?.. faz-se o que se Pode.



Cascata? É já amanhã, Fónix.

Com a vossa vasta experiência em organizações, podemos esperar uma cascata tradicional à moda antiga ou vão arriscar algumas inovações?

A Experiência não tem servido de muito. Ganham sempre os concorrentes directos.
Inovações? Quem tem pachorra para isso? A única alteração que faremos é começar pelo 3.º nível, com equipas sorteadas (ou as sobreviventes de 30 rodadas de bagaço em copos de imperial); no 2.º nível participam as que conseguirem comer mais bifanas; no 1.º podem comparecer familiares até ao 5.º grau.


Foi uma organização da Ordem como colectivo ou foi necessária uma partida de chinquilho para decidir quem seriam os cabecilhas deste jogo em particular?

Isso dos cabecilhas é piada baixa? 头目 para ti também.
O chiquilho foi à melhor de sete, em poule, com desempate através de corrida ao pé-cochinho.
As perguntas escabrosas, com respostas duvidosas, foram todas feitas por mim, as outras choveram de toda a equipa mas eu é que escolhi as respostas – é que algumas estavam certas.


Há sempre um grande debate em torno dos temas, do facto de haverem ou não cascatas temáticas e até da dificuldade dos níveis. Queres levantar um pouco do véu em torno do que está a ser preparado da vossa parte? Será necessário levar o Manual das Oficinas Gerais de Material Aeronáutico para consulta?

Grande debate? Deu na SIC? Os temas são os do costume: gastronomia chiita, fauna da tundra, ribeiras da Sibéria, compositores escandinavos pré-históricos, literatura infantil do Quirguistão e bons filmes portugueses.
Manual das Oficinas Gerais não direi, mas que vai ser preciso saber as rotações das turbinas de todas as aeronaves da FAP, ai isso vai!
Quanto ao véu, só depois do casamento.


Estamos à espera de uma organização rigorosa e tu já avisaste - 22.30 folhinhas na mesa e tempo a contar. Tirando o granel do costume, há alguma penalização ponderada para equipas que usem vuvuzelas?

As vuvuzelas são bem-vindas. No meio da barulheira podemos dar pontos a quem quisermos, aceitar respostas erradas, mandar á … quem protestar e sair com a guita sem dar nas vistas.
Isso do rigor já anda a fazer chegar a mostarda ao nariz! Para contrariar, vou colocar as folhas às 10:31! Leiam o Regulamento.
Agora, a brincar: há cascatas temáticas, e até já disse qual era um dos temas.